Surely, this is not a diary of my journey… I won’t have time to update it daily!
However, in order to not bother anyone with emails, those who wish to ear from me may check here some posts and images throughout the few weeks that I’ll be in South America!


segunda-feira, 15 de março de 2010

Círculo fechado...

E assim foi, numa viagem de uma hora a 30 nós de velocidade, cruzei o largo Rio de La Plata desde Colonia del Sacramento (Uruguay) até Buenos Aires... por fim, com um sentimento misto de alegria e tristeza, pois fechei o périplo das minhas férias durante 7 semanas e meia!! Infelizmente, o marinheiro entretido na sua leitura durante a sua folga na amarração da pôpa do ferry, não me deixou aproximar mais da borda falsa para tirar um registo fotográfico mais digno deste momento solene... tampouco, a publicidade colada nas janelas não permitiu aos passageiros aprisionados contemplarem aquele rio pomposo a desvanecer-se no mar, e a cidade agitada de Buenos Aires a esboçar-se no rio!!


Para evitar "mala suerte" (já alguém questionou se só os melancólicos dos Portugueses é que criaram uma única palavra para expressar "azar"?), cheguei 1 dia antes, da minha partida à Europa, a esta cidade fantástica e atraente pela personalidade que pulsa em cada uma das artérias!
Fui assim conhecer o bairro mais característico que todavia ainda não tinha visto aquando a minha chegada em Janeiro. De facto para os porteños, desde de sempre, tudo é vivido com muita cor, paixão, vida... e La Boca assim se transformou numa praça e duas ruelas exageradamente TURÍSTICAS!! Foto alí ao ex-libris; foto acolá com dançainos de tango; artistas de rua mostrando suas (excelentes) obras de pintura e fotografia; pregões de empregados de cafés e restaurantes com uma perícia fantástica em relatar encadeadamente e num só fôlego a mesma frase em inglês, espanhol, alemão, francês... perante a nossa continuada ignorância aos seus menús... enfim!! Até mesmo as cores muito garridas daquele bairro, certamente patrocinadas e monotorizadas por um qualquer gabinete de turismo, são a marca turística daquilo que outrora era fruto da pobreza acentuada que durante décadas e turistas ainda não alterou: antigamente, e sem nenhum controlo arquitectónico, as pessoas de La Boca pediam encarecidamente os restos de tinta que sobravam dos estaleiros navais, para pintarem os retalhos que fosse possível pintar naquelas paredes forradas de zinco ondulado das suas casas...
Contudo, os desbatidos mas não menos interessantes pormenores continuam a existir ao longo do mesmo bairro nas zonas muito mais despovoados de turistas (e também, dizem, mais arriscados para criminalidade), como nos autocarros brilhantes que percorrem as ruas, o quartel dos bombeiros, as cores dos feverosos apoiantes dos clubes de futebol bem conhecidos... Esta foi a Buenos Aires que vi neste meu último dia, onde leis muito próprias regem os que vivem na Républica de La Boca: o monitor, de um grupo de inserção de meninos delinquentes desta república, não me soube bem responder quais são as razões que levam alguns meninos a julgar e sancionar outros atirando os seus ténis para um fio suspenso sobre o campo de futebol, ficando ali a penalidade exposta e inacessível, diria, para sempre!
E assim acontece... chegou a hora de embarcar no vôo de regresso à minha vida que rapidamente ficou esquecida semanas atrás!! Mas ressalvo que o entusiasmo visível numa das ruas mais agitadas de Buenos Aires, não é fruto de contentamento pela minha saída de terras de Sul d'América... digamos que são falsos entusiasmos da vitória da selecção da Argentina para uma publicidade televisiva de telemóveis!! A senhora idosa não achou muita piada à coisa, e, quando o staff da produção por fim liberou o cruzamento da longa e larga avenida para as várias pessoas retidas, caminhou rezingona e indiferente por entre esvoaçantes confetes fictícios de uma vitória aspirada pela maioria dos argentinos...

Quero agradecer profundamente todos aqueles que acompanharam e, principalmente, comentaram este blogue!! Fiquei muitíssimo agradecido por ter recebido a vossa reacção e acompanhamento... e, de facto, também graças a vocês, este blogue ficou para mim um diário quase completo de todos os eventos e visões mais relevantes que tive em cada uma das minhas 20 etapas... algo que, curiosamente, não tencionava nem julgava que seria capaz de o fazer, tal como se encontra descrito no topo desta página!

E, a esta hora há vários balanços materiais que fiz e que ainda terei que fazer... No entanto, perante o cadeado que desapareceu, uma T-Shirt rasgada, os bons pares de dollars que deitei para o lixo por não ser permitido entrar com vinho argentino nos aeroportos da Europa (mesmo comprado em freeshops de aeroportos da América do Sul), os quilos que emagreci, a roupa que ainda cheira a môfo (por não me ter apercebido que não se deve arrumar na mochila a roupa ainda molhada, devido à alta humidade do tempo quentíssimo do Pantanal), os óculos de sol que perdi, o sono que ficou por dormir, a destruição quase total do meu desgastado saco tira-colo, o meu leitor de MP3 estragado, o meu relógio de pulso desintegrado pela humidade, as escolioses que ganhei, e a carteira que me roubaram num terminal de autocarros... poderei afirmar, com certeza, que estas minhas férias foram as melhores que vivi, pois o balanço moral é descaradamente superior a qualquer balanço material...

É incrível a grande entrega com que rapidamente vivemos estas semanas de férias, as fortes vivências que sentimos, as inúmeras memórias inolvidaveis, as pessoas que vamos conhecendo, o impacto das paisagens que nos marcaram, o quotidiano tão característico de outras gentes e países que conhecemos... que tudo o resto que existia em Portugal parece que ficou constantemente intacto e congelado para mim!! Mas, também sei que nesta nova 2feira, vou entrar num ápice na engrenagem que tinha da minha vida, e que um role enorme de coisas se passaram na minha ausêncoa, dentro do meu círculo português, que infelizmente não tive oportunidade de compartir convosco.

O que mudou? Não tenho a resposta, por enquanto... caso um dia consiga reconhecer-me e observar-me fora "do dentro de mim", saberei eventualmente discernir a resposta no futuro, quando perante determinadas situações irei comparativamente agir de diferente maneira ou enfrentar com uma outra postura...
Por enquanto, apenas conheci outras realidades e imagens, que me fazem terminar este blogue com um poema que, casualmente, me veio ter aos meus olhos enquanto esfolheava uma revista no Chile:

"Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!"
(Fernando Pessoa)

sábado, 13 de março de 2010

Última etapa com sabor a Portugal...

De facto, como demonstram as quinas bem no alto, este pequeno vilarejo foi fundada pelos Portugueses, mantendo ainda visivel a arquitectura e outras caracteristicas deixada séculos atras.
Facilmente nos deixamos levar pela beleza extrema emanada em cada uma das suas ruas.
Para além de ser uma cidadela com fortes traços Portugueses, muitíssima bela, e reconhecida como Património da UNESCO, possui nas suas ruas muitos carros clássicos estacionados da primeira metade do seculo XX. Ninguem fica indiferente a estes modelos belos... e assim, levado pela curiosidade, espreito para o interior desses carros. No momento em que me estava abeirar dum carro alemao (mas montado na América do Sul), num ápice surgiu o dono com uma conversa amável sobre as suas próprias origens italianas e sobre o carro de 1960!! Conversámos um pouco sobre os incriveis 150km/h que ainda faz, e do seu tempo enquanto condutor de rali... face à minha indiferenca quanto aos 600 USDolars para o comprar, logo previu que este tuga também nao iria requisitar os seus muy altos conhecimentos em arquitectura portuguesa para uma visita guiada! Logo se prontificou a desaparcer para donde veio... mas, a meu pedido, ainda aceitou fazer uma pose ajeitando o seu pouco cabelo para a fotoreportagem.
Uns metros mais à frente vi outra preciosidade da Fiat de 1948... o fachineiro do dono de óculos Ray-Ban comentou que todos os turistas param para tirar fotos àquele camiao. Depois de dizer a minha nacionalidade, ficou estupefacto... acredito que deva ser tao raro encontrar um Portugues no Uruguay, como um Uruguaio em Portugal!!

Mate no Oriental do Uruguay...

Mais uma vez, como das muitas vezes que j'a evidenciei aqui, a Am'erica do Sul 'e tudo grande... Ainda na Argentina, quando viajava a caminho do Uruguay, atravessei o Rio da Plata, a poucos kms da sua foz... e, indo 'a velocidade m'axima permitida numa via r'apida, a atravessia do rio levou-me mesmo assim uns 45 minutos!!! Na verdade, havia apenas uma ponte magestosa semelhante `a nossa Ponte Vasco da Gama, e depois havia uma s'erie de pontes intercaladas com ilhas artificiais colocados nos baixios do leito do rio... as ilhotas naturais do rio encontravam-se alagadas pela 'epoca das chuvas!
`A medida que iamos entrando no Pa'is Oriental do Uruguay, a paisagem mostrava-me muito semelhante ao relevo ondulado de um alentejo do Portugal no inverno! Ou talvez nao... poderao ser as saudades de querer ver algo que ja nao vejo ha algum tempo!! Mas, em verdade vos digo que este relevo 'e definitamente distinto do super hiper mega plano que existe e que vi nos paises das redondezas!!




Uruguay, como podem ver no mapa ao lado, 'e um minusculo pa'is de 3.2 milhoes de habitantes... numa 'area correspondente a exactamente 2 vezes o Portugal!
A 18a etapa 'e a capital Montevideo, e foi onde se organizou o primeiro Campeonato do Mundo de Futebol em 1930. Para al'em de se ter sa'ido campe~ao nessa edicao, saiu-se tambem vencedor em 1950.
Nao sei porque, gostei muito da cidade!! Digamos que foi amor 'a primeira vista!... 'E bastante europeia, e tem uma identidade muito propria no seio dos Sul Americanos!!
Os Uruguaios parecem tanto italianos, na sua forma de se expremirem e falarem... pelo menos as pessoas com quem falei!! Quando se encontram no parque, no trabalho, enquanto esperam pelo autocarro, dentro do autocarro, na rua, ao caminharem... quase sempre, todos eles estao a beber mat'e como se deles estivessem dependentes!! Em outras partes do Sul da Am'erica tamb'em 'e costume bebe-lo, mas o vicio nao 'e comparavel com Montevideo. (Mate 'e uma infusao de ervas Mate, de folhas muito finas, de tal maneira que se deve beber por um filtro num tubo. E vai-se colocando sempre agua, que pode ser quente ou fria, num copo de madeira quase ele todo cheio dessa erva.) E assim vao vivendo as suas vidinhas, com o t'ermico de agua quente debaixo do braco que segura o copo, jantando um chivitos (uma especie de francesinha para eles), e passeando ao fim do dia pelas prais e ramblas que povilham a cidade!







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quinta-feira, 11 de março de 2010

Duas palavras a dizer...

Nao ha muito a dizer... ou aliás, mesmo nada a dizer!! As Cataratas do Iguaçú eram uma das etapas que nao queria perder nesta minha jornada... e de facto, sao algo sublime, sao "breathtaking", sao magnanimes, sao a força da Natureza, sao o roncar turbulento das entranhas da terra, sao uma América... sao tudo!!E tive imensa sorte em visitá-las neste período do ano, pois com as estaçoes das chuvas, as cataratas mostram a sua força rugindo na sua capacidade máxima! A flora é frondosa, e alberga uma fauna riquíssima em tartarugas, coati, borboletas de todas as espécies... e sob este calor quase tropical, somos borrifados por esta nuvem gigante de água refrescante em jeito de nuvem!!

Passei o dia primeiro do lado Brasileiro, onde temos uma visao panoramica de todas as cataratas... e, quando nos aproximamos da Garganta do Diabo, nao pude acreditar o que mais e de melhor poderia oferecer as cataratas do lado Argentino!! O sentimento diminuto com o que os humanos sentem deste lado deixa-nos extasiados para o fim do dia.Cá passei o dia, e aglomerei energias para a recta final da minha viagem ao Sudamérica com um belo rodízio brasileiro... como podem imaginar!! Foi o prazer de desgustacao sem a necessidade de superar vergonhas em fazer montanhas Everest... a montanha vinha até ao Maomé nos mais variados tipos de carnes!!



No entanto, confiando naquilo que disseram vários turistas com quem me fui encontrando ao longo das minhas quase 7 semanas, deixei para o último dia o passeio pelo lado Argentino... e, de facto, neste lado fiquei deveras estupefacto!! Simplesmente nao ha palavras para o indescritível, nem sinónimos para a grandiosidade, nem antónimos para a indiferenca... Caso sejamos como muçulmanos em algum momento da nossa vida, que isto seja entao uma das Mecas a cumprir se pudermos cumprir!!


Depois do que vemos, do que ouvimos, do que sentimos, do que cheiramos,... so me resta concluir dizendo apenas duas palavras: Impre..., Ssionante!!!